Este texto é um presente para minha amiga Marleth Gomes.
Ainda é tudo tão perto e tão dolorido. Não que eu te
enxergue nele, mas aquele espaço que era teu, não consigo tocar. Não consigo
limpar, tirar os móveis, os lençóis, os resíduos de risos e de dor. Minha razão
entregou as armas, os pontos, as forças. Não acho que eu tenha o direito de
doer, já que tenho novos braços, abraços, novos planos. Mas talvez doer seja
minha válvula de escape.
Ele não percebe. Ilumina, desatina, acontece à tua sombra.
Tão culpada por isso. Tão ausente de mim e dele também. Tão presente nesse passado que assombra, desanda, sufoca os dias.
Essa história de desprender, desencanar, apagar é tão
complicada para quem está do lado de cá...
Se eu tiver que fazer promessas que seja à mim. Estão comigo
todas as chaves destas portas trancadas, janelas empoeiradas e porões cheios de
“nós”.
Parei, pensei, respirei, suspirei, chorei para lavar o chão.
Banho, vestido novo e ele com todas as tentativas possíveis.
Vou começar por hoje.
*Imagem: Weheartit
Com um pouco de luz, até porões são inspiradores..
ResponderExcluire desatam os nós!