Existem
coisas que não nasceram para serem ditas: iluminam, contorcem, energizam,
contradizem.
Arrancam o
juízo, as horas do tempo, o medo das veias, colocam alma da cabeça aos pés.
Desatinam,
convencem,
tecem teias de “para sempre” ao redor, fluem, descompassam, desarrumam
cabelos, mãos, camas e carros.
[Nos]
entregam, sufocam, consomem, sorriem sem lábios. Aceleram, atropelam as rimas,
desfazem calçadas, criam estradas, caminhos.
Existem sem permissão.
Sem audição. Sem público.
Colorem,
descolorem, pactuam sóis e luas, comprometem os olhos, a casualidade, deixam-se
perceber.
Existem.
Respostas,
para quê?
*Imagem: Weheartit