Vi as últimas fotos de vocês e
Enockh e fiquei vibrantemente feliz, confortada.
Rita, nós, mães de primeira
viagem, sabemos o quanto a estabilidade da conexão pode demorar a chegar. É
tudo novo, intenso, grandioso. E nós, grandes em vínculo, ficamos pequenas,
perdidas, até encontrarmos nosso lugar.
Eu sei quantas noites são necessárias
até a segurança realçar nosso corpo, nossos seios , nosso colo, ainda
enigmático.
Eu sei que o quarto,
carinhosamente montado, nem sempre é inaugurado nos primeiros dias, nos
primeiros meses ou até no primeiro ano, como no caso do Lennon.
Sei das não mães que opinam e
batem pé, do emaranhado de palpites, dos olhos cansados, das fraldas misturadas
com o choro, os receios, os entremeios que as não mães jamais saberão.
Raífe, mulheres recém paridas
saem um pouco do lugar, né?
Eu imagino o quanto foi difícil
pra você também.
É sorte e também é Deus que algum
tempo depois o sol vai encontrando a fresta exata no quarto do bebê, na sala de
casa, que em breve, bem em breve, ficará tomada de brinquedos e a coluna de
vocês pedirá socorro muitas vezes.
Posso assegurar em meu nome, em
nome do Guilherme e em nome do Lennon que nada será igual, mas posso assegurar
também que tudo que houve antes parecerá pequeno diante da força com que
ressurgimos deles. Há um maioria que defende que
mulheres não precisam parir para serem completas, que casais não precisam de
filhos para serem felizes, e eu respeito até certo ponto.
Mas entendo e aplaudo aqueles que
com coragem, carregam nove meses de dentro de si, a mãe, no ventre, e o pai, no
coração, um ser que será uma surpresa até o momento da chegada.
Embora as ultrassons de última geração, mostrem as formas, os olhos, nos permitam escutar os batimentos cardíacos, até que possamos ver e que nossas mãos possam sentir, tudo não passa de mistério e milagre.
Embora as ultrassons de última geração, mostrem as formas, os olhos, nos permitam escutar os batimentos cardíacos, até que possamos ver e que nossas mãos possam sentir, tudo não passa de mistério e milagre.
Vibrantemente feliz porque eu já
não sei se é o sorriso do Enockh, o da Rita ou o do Raífe, quando podemos ver um
só, é sinal de que o amor está funcionando.
Que funcione sempre.
Que funcione sempre.
Querida amiga, logo de início, obrigada. Obrigada pelo carinho, tempo e sensibilidade ao nos observar.
ResponderExcluirÉ verdade. Estamos nos ajustando, encontrando nossos moldes e realmente é um processo demorado, parece que esse tal lugar é inatingível. Ah! Segurança? Parece que a vida sabe direitinho o ponto de desequilíbrio nosso. Meu ponto de equilíbrio, tenho esperança que vou reencontrá-lo.
Você sabe o que diz. É isso tudo e mais o que nao cabe nos papéis. Cansaço, choro, medo, euforia, sistema nervoso central, opiniões, comparações, semideuses espalhados pra todo canto, (risos). Mas graças a Deus no meio disso tudo sempre aparece um carinho, um olhar atencioso, um toque de amizade aqui, uma dica oportuna acolá, pessoas usadas e mandadas por Deus, raríssimo, mas tem, que nos empurram pra frente.
Raife? Santo Raife! Agora eu entendo porque só o amor constrói.
E eu, querida Érica, acredito nas suas palavras, embora, ainda, nao tenho muito o que discursar sobre a maternidade, acredito que vai valer a pena cada detalhe, para o conjunto da obra que começou a ser pintada desde o dia que descobrimos que ele estava dentro de nós. Se voce está me dizendo que tudo vai ficar pequeno, querida, é nesse barco que coloco minha cuca e deixo ir.
Sim. Por mais que a gente se prepare, nunca é o suficiente para a realidade.
Fico muito feliz por despertar essa felicidade em você. E mais! Inspirar sua sensibilidade. Já começou a valer a pena (sorrisos). Pensa...é recíproco.
Bju grande.
Obrigado querida amiga, pela linda inspiração e sentimentos e poesia.
ResponderExcluirPara nós que amamos as Letras e as entreletras é um grande privilégio ser lido por vc.
Sem palavras ( e este talvez seja o maior elogio para quem escreve).